
De acordo com a sobrinha dele, Pamela Monteiro, no dia em que desapareceu Adailson saiu por volta das 9h da casa onde mora, situada na rua Cassiopéia, bairro Santo Agostinho, zona oeste da capital.
Indo até o local onde deveria existir a Cidade Universitária da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), no município de Iranduba, se entende porque aquele projeto é chamado de “obra fantasma”. As fundições da Cidade Universitária estão caindo aos pedaços, literalmente falando. E o que se vê contrasta com a realidade dos milhões que foram gastos ali e continuam sendo retirados dos cofres públicos. Nos meses de outubro e dezembro de 2017, na gestão de Amazonino Mendes (PDT) a construtora responsável pela obra, a Etam, já recebeu quase R$ 4,3 milhões, de acordo com informações que estão no site Transparência do Governo. Os trabalhos que iniciaram em 2014 já deveriam ter sido concluídos há dois anos.
A equipe do Radar esteve na chamada “Cidade Universitária” e constatou que nem a Etam, nem outra empresa, se encontrava no local realizando qualquer serviço de construção.
As fundições da obra estão enferrujadas, há goteira pra todo lado, o chão está tomado pelo barro e pelo lodo. Não há nenhum operário trabalhando no local, o único movimento nas obras era de uma cadelinha que vive naquela área, e que foi batizada com o nome de “estudante”.
De acordo com uma das pessoas que estava trabalhando nas proximidades do Campus, há um ano o Governo não manda nem mesmo um fiscal para averiguar o terreno que já teve até o cercado de alumínio roubado e que está com as estruturas de base ainda por fazer.
O projeto do Campus prevê um Hospital Universitário, Vila Olímpica, Vila Agrícola e um Centro Tecnológico, além de outros espaços destinados à iniciativa privada, definidos por meio de Plano Diretor para implantação de empreendimentos habitacionais, comerciais e de serviços. No entanto, o que se tem no local é apenas um emaranhado de ferro, madeira e cimento, sendo destruído pelo tempo, que poderia estar servindo há milhares de estudantes do Estado.