
De acordo com a sobrinha dele, Pamela Monteiro, no dia em que desapareceu Adailson saiu por volta das 9h da casa onde mora, situada na rua Cassiopéia, bairro Santo Agostinho, zona oeste da capital.
Desobedecendo a orientação do Ministério Público de Contas do Amazonas (MPC) de que os gestores não devem usar recursos públicos para a realização de festas de carnaval, o prefeito festeiro do município de Maués (a 253 quilômetros de Manaus), Junior Leite (Pros), está promovendo cinco dias de festa no município, o “Maués Folia 2018”. Essa não é a primeira celeuma que o prefeito do município causa por causa de suas megalômanas festas.
Durante todo o ano passado, o prefeito Junior Leite não se cansou de fazer festa. No Festival de Verão, por exemplo, realizado em setembro do ano passado, o prefeito festeiro trouxe até atração nacional, a cantora Solange Almeida, em seu primeiro trabalho solo após sua saída da banda Aviões do Forró. Quanto gastou para bancar a dita atração nacional e o festival, o Radar não conseguiu encontrar qualquer informação e sequer o Ministério Público de Contas conseguiu saber. O prefeito, desrespeitando todas as normas de moralidade e legalidade administrativa, decidiu que não dá publicidade aos seus gastos com festa e ponto final.
Tanto isso é verdade que o procurador de contas Ademir Carvalho Pinheiro solicitou ao Tribunal de Contas do Estado, (TCE-AM) que pedisse à Prefeitura de Maués informações sobre o Festival de Verão, principalmente qual “o valor pago pela atração nacional e demais gastos com a festa”. Até agora o Radar não conseguiu saber se o TCE solicitou as informações e muito menos se o prefeito respondeu aos questionamentos da Corte de Contas – será que o prefeito festeiro deu um “passa fora” ou foi um “num tô nem aí” para o MPC e TCE, hein gente?
E se Junior Leite deu menos importância para os órgãos de controle externo das administrações públicas, pro Radar não foi diferente e ainda usou uma manobra para esconder os gastos com suas festas. No fim do ano passado, ele se negou a informar quais foram os gastos com a Festa do Guaraná e jogou a responsabilidade de fazer isso para uma empresa, a cervejaria Ambev, logicamente, sabendo que a iniciativa privada não tem obrigação de declarar à imprensa seus gastos. E foi exatamente o que aconteceu. A Ambev emudeceu quando questionada pelo Radar.
Mas, segundo denúncias que chegaram ao Radar na época da Festa do Guaraná, a Prefeitura de Maués gastou mais de um milhão de reais com a 38ª Festa do Guaraná. As informações dão conta que o maior valor gasto foi com a apresentação do cantor Wesley Safadão que aparece no TOP 10 dos shows mais caros do país como o segundo maior cachê do Brasil, no valor de R$ 800 mil, perdendo apenas para o rei Roberto Carlos, que só sai de casa por um milhão.
Agora, sabe-se lá quanto o prefeito está gastando com cinco dias de festa carnavalesca em Maués, o que se sabe é que dinheiro público vai virar cinzas quando a folia acabar
MPC recomendou
No fim do mês de janeiro, o Ministério Público de Contas do Amazonas (MPC-AM) emitiu recomendações a prefeituras do interior do Estado para que os prefeitos se abstenham de utilizar recursos públicos com o carnaval deste ano.
Nas recomendações, o procurador Carlos Alberto Almeida, lembra que é de conhecimento público que os municípios do Amazonas passam por dificuldades financeiras, com eventual atraso no pagamento de servidores e fornecedores. “A medida visa, entre outros, preservar o interesse público e os serviços essenciais de Saúde, Educação e Saneamento”, diz a recomendação.
A recomendação do MPC diz para os prefeitos “que se abstenha de onerar os cofres municipais com realização de despesa ilegítima com festejos carnavalescos e publicidade, em 2018, seja por meio de contratações diretas, transferências voluntárias, convênios, patrocínios ou qualquer outra forma que implique destinação de recursos públicos para tal finalidade, em detrimento dos investimentos e obrigações prioritários e inadiáveis de manutenção e ampliação dos serviços essenciais em Saúde, Educação, Saneamento e pagamento de folha de pessoal eventualmente em atraso”.
Mas, pelo jeito, a crise econômica passou longe do município de Maués e setores essenciais da administração pública, como saúde e educação, devem estar prestando serviços perfeitos à população. Ou então, o prefeito festeiro de Maués deve achar que basta para o povo pão e circo. E advinha quem vai usar a fantasia de palhaço?