
Em pesquisa na internet, constam várias fotos da praça em estado razoável de conservação. — Foto: reprodução
O prefeito de Lábrea (a 855 km da capital) gastará R$2,2 milhões na reforma de uma “pracinha” da cidade sem especificar quais mudanças serão realizadas. O gasto milionário consta em um extrato de contrato publicado no Diário Oficial dos Municípios nesta terça-feira (30). (Confira o documento no fim da matéria)
A empresa responsável por realizar a obra será a Lusada Construções LTDA, cuja inscrição do CNPJ não consta no documento, mas foi apurada pelo Radar no site da Receita Federal.
De acordo com informações oficiais da Receita, a Lusada possui o capital social (valor investido) de R$500 mil e fica localizada em Manaus, especificamente no bairro Cidade de Deus, na zona Leste.
Com o quadro de sócio e administradores composto por Adilson Costa dos Santos e Luciana Felinto de Lima a contratada receberá o montante de R$2.251.458,44 (dois milhões, duzentos e cinquenta e um mil, quatrocentos e cinquenta e oito reais e quarenta e quatro centavos) para realizar serviços, que não são especificados no extrato, pelo período de 180 dias.

Fonte: Receita Federal
Posicionamento
Tendo em vista a falta de informações que respaldem o investimento milionário, a reportagem procurou a assessoria e questionou, através de e-amil, quais mudanças seriam realizadas na estrutura da praça.
Até a publicação desta matéria não obtivemos respostas.
Contratos suspeitos
Com menos de um ano de reeleito, essa não é a primeira vez que os contratos de Gean chamam a atenção. Em maio desde ano, ele realizou outra contratação que chamou atenção pelo alto valor que serviços de engenharia estavam sendo contratados para recapear o município.
Escândalos
Ao longo de sua trajetória política Gean não acumulou apenas suspeitas. Em 2018, a Justiça Federal no Estado bloqueou R$ 1.6 milhão do prefeito Gean Barros ne por improbidade. O valor era correspondente aos recursos recebidos do Governo Federal que não tiveram prestação de contas apresentada pelo gestor municipal.
Além disso, quatro anos antes, em 2014, o gestor foi alvo de outros órgãos de controle como Ministério do Trabalho e Emprego, Ministério Público do Trabalho e Polícia Federal durante uma operação conjunta.

Foto: divulgação
À época, ele (que já era ex-prefeito da cidade) e seu genro Oscar da Costa Gadelha foram responsabilizados pela exploração de 21 pessoas em condições análogas a de escravos na produção de castanha-do-pará em uma unidade de conservação federal, localizada em Lábrea.
Entre os resgatados estavam dois adolescentes e quatro crianças, incluindo dois meninos de 11 anos que, assim como os demais, carregavam sacos cheios de castanhas em trilhas na mata e manuseavam facões longos, conhecidos como terçados, para abertura dos ouriços, os frutos da castanha.
Confira o extrato na íntegra